Por dentro da Polícia Federal - IMP Concursos

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31 de outubro de 2014

Por dentro da Polícia Federal

O edital do concurso da Polícia Federal deve sair a qualquer momento e o IMP Concursos conversou com o Secretário Geral Adjunto do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal – Sindipol-DF, o agente Gregori Amaral de Oliveira. Saiba o que descobrimos sobre como é a carreira, quais os principais desafios da categoria e como se deu sua preparação para ingressar no quadro de agentes da Polícia Federal. Para ele, o novo concurso da Polícia Federal deve sair em breve. “Já existe a previsão orçamentária e a carência de agentes na corporação é uma realidade, então os ingredientes para o lançamento de um novo concurso já estão todos aí”, afirma. Ele conta que, para o Sindipol-DF, a efetivação de 600 novos agentes não será suficiente para suprir a carência de servidores. “A carência não para de aumentar, pois temos, hoje em dia, uma evasão de mais de 200 agentes por ano. A Polícia Federal se tornou numa espécie de concurso ‘trampolim’, ou seja, não é mais uma carreira na qual o servidor fica por muito tempo”, avalia. Entre as carreiras mais cobiçadas pelos atuais agentes da Polícia Federal, Gregori aponta o Ministério Público, Receita Federal e Abin. Sobre o perfil ideal para atuar como agente da Polícia Federal, Gregori aponta características como o desapego a horários e à rotina; situação familiar bem definida, pois o novo servidor terá que se dedicar muito ao trabalho e, provavelmente, será lotado em local distante de sua cidade natal; e, acima de tudo, vontade de trabalhar pelo Brasil. “Quanto à vocação para a carreira policial, o novo servidor só saberá se é real quando já estiver no órgão”, sentencia. Desafios atuais Atualmente, os agentes da Polícia Federal se encontram num impasse com o Governo Federal. “O Sindipol-DF reivindica a reestruturação da carreira e que as atribuições da carreira de agente da Polícia Federal seja definida em lei”, comenta Gregori. “Além disso, não vemos o reconhecimento de nossa graduação em nível superior pelo Poder Executivo, em especial pelo Ministério do Planejamento. Lutamos também pelo realinhamento da categoria com outras carreiras com as quais estávamos alinhados há oito anos e pelo fim da diferenciação que os agentes, escrivães e papiloscopistas sofrem em relação aos delegados e peritos que contam com melhores perspectivas funcionais”, enumera Gregori. Sobre as perspectivas de atendimento das reivindicações por parte do Governo Federal, Gregori diz que as negociações estão sendo travadas. “Nossa principal meta em relação ao Executivo, no momento, é conseguir, ao menos, uma reposição salarial que acompanhe a inflação. Estamos sem reajuste há seis anos”, completa. Preparação Gregori, que é graduado em Educação Física e Direito, é agente da Polícia Federal há cerca de oito anos. Ele conta que prestou dois concursos para o órgão. “No primeiro, estudei bastante, mas não fui aprovado. Já no segundo concurso, me preparei com mais tranquilidade, pois já era servidor do TJDFT, e fui aprovado. Trabalhava sete horas por dia durante a tarde e costumava estudar pela manhã (de 7h às 11h). De duas a três vezes por semana retomava os estudos durante a noite”, relata. Para ele, apesar de ter estudado menos para sua segunda tentativa, a tranquilidade no dia da prova pode ter sido determinante para sua aprovação. “Concurso é muito questão de momento. Não adianta se matar de estudar se não houver condições psicológicas favoráveis na hora da prova. Há também a sorte de se deparar com uma prova cujas questões abordam os conteúdos que o candidato estudou mais”, avalia. “Acho que posso dizer que os estudos representam cerca de 50% do que é necessário para a aprovação. Existem outros fatores como o estado emocional e físico do candidato ao resolver a prova. Claro que sem estudos não há como passar, mas deve-se estar atento a uma série de outros fatores”, aconselha. Trajetória Após cursar, por cinco meses, a Academia Nacional de Polícia, em Brasília, Gregori foi lotado em Uberaba-MG onde serviu por dois anos. “A Academia de Polícia não é tão difícil como se pensa. Não tem nada de impossível. No entanto, existe a pressão pelo bom desempenho na academia o que possibilita ao candidato escolher a prioridade de vagas disponíveis em cada lotação”, explica. “Cada meio ponto a menos representa 100 km a mais de distância da sua casa”, diverte-se. “Por causa dessa pressão, há momentos em que a academia torna-se um pouco maçante”, relata. “Pode-se dizer que a Academia de Polícia representa um resumo de 20 páginas de um livro de 500. A experiência verdadeira é adquirida durante o trabalho em campo”, completa. Hoje em dia, Gregori trabalha em Brasília. “Não tive muita dificuldade em conseguir lotação em Brasília porque a cidade não é tão concorrida como outras capitais no litoral, por exemplo. Além disso, Brasília é a unidade da federação com mais servidores da Polícia Federal”, comenta. Ele explica que a atuação em Brasília difere um pouco do trabalho em outras cidades. “Aqui o trabalho é mais interno e administrativo. Em minha experiência anterior, em Uberaba, a atuação em campo era maior”, compara. Dicas Gregori diz que quem quer passar em concurso, deve fazer de tudo. “Hoje você não alcança a aprovação se não fizer uma boa leitura da doutrina, muita leitura da letra da lei, pois as provas pedem muito o texto da ‘letra seca’ da lei, e muitos exercícios”, enumera. Outro fator muito importante, segundo o agente, é conhecer a banca. “Às vezes o candidato sabe bem a matéria, mas acaba não se classificando por não conhecer o perfil da banca organizadora. Por isso, recomendo a resolução de exercícios da banca que vai organizar o concurso. Do contrário, o candidato diminui muito suas chances de ser aprovado”, garante.


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