Todos sabem que Língua Portuguesa tem bastante peso nas provas de qualquer concurso público. Bem como o fato de interpretação de texto ser uma das competências mais cobradas dentre as temáticas desta área de conhecimento.

Mas você reconhece que interpretação de texto é uma prática que atravessa qualquer prova de seleção pública, mesmo em conteúdos aparentemente distantes como Matemática e Raciocínio Lógico, e que seu domínio pode ser a diferença entre ser aprovado ou não?

Neste artigo a interpretação de texto será a pauta. Você irá entender a importância desta competência para resolução de questões e as habilidades que a fundamentam. Além de conferir as melhores dicas para aperfeiçoar sua leitura e práticas de estudo.

Interpretação de texto em concursos: o que é e como fazer?

Qualquer texto possui múltiplas dimensões de sentido. E na maior parte das vezes, aquilo que se pode acessar pela leitura superficial de um conteúdo não é suficiente para alcançar os conhecimentos que serão exigidos de você durante a prova.

Interpretar, por isso, é conseguir ir além de decodificar palavras e reconhecer informações. É estabelecer relações de sentido, identificar contexto, indagar o autor, entender a comunicação e conectar referências.

Enriqueça sua bagagem de leitura

A melhor munição no momento de interpretar um texto é acumular referências que te permitam enxergar aquele conteúdo por diferentes ângulos e caminhos de entendimento.

Ainda a recomendação de abusar do hábito de leitura possa parecer a mais óbvia quando o assunto é ler melhor, não temos como fugir disso. Aqui a máxima de que a prática leva a perfeição é infalível.

Entretanto, para que esta jornada seja ainda mais efetiva para aprimorar sua preparação, diversifique ao máximo o tipo de leitura que irá fazer. Quanto mais desafiador um texto for, melhor será para que pratique sua leitura. Quanto mais aprofundado o conteúdo, mais você terá que estabelecer relações e referências para compreender aquele texto.

A cultura é sua aliada

Mas nem só de texto vive uma pessoa que quer aperfeiçoar sua interpretação. Lemos constantemente o mundo ao nosso redor. Por isso, buscar eventos culturais pode ser alternativa excelente para esta prática. Visite exposições, assista filmes difíceis, faça cursos e converse com pessoas diferentes.

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Interprete as estruturas: de textos e questões

Para a compreensão cada vez mais efetiva de um conteúdo, não basta ficar só na leitura palavra a palavra, linha a linha. É preciso reconhecer a forma geral que determinado tipo de texto assume. Os chamados gêneros textuais.

Se pensarmos numa notícia, por exemplo, certas características deste gênero de texto irão se manter independente de quem o escreva. Haverá o lide da notícia, por exemplo, que resume ao leitor o que será abordado ali. Veremos citações de falas de entrevistados, relato de fatos, datas etc.

Cada texto é um texto, porém essas regras gerais irão se manter. Reconhecê-las irá facilitar a leitura global de seu conteúdo.

Lendo a estrutura de uma questão 

Vamos exemplificar por meio de concursos? Afinal, uma questão de concurso também deve ser considerada um tipo de texto. Por isso, inclusive, a interpretação é competência-chave para se tornar competitivo em provas.

Geralmente, uma questão terá três estruturas mínimas: texto-base, enunciado e alternativas.

A maioria das pessoas inicia a resolução da questão pelo caminho intuitivo, isto é, começam pelo texto-base e terminam nas alternativas.

No entanto, o percurso mais otimizado é que você inicie pela leitura do enunciado ou comando. Isso porque é esta estrutura que estabelece o sentido geral da questão.

Assim, ao ler o texto, a atenção estará direcionada para analisar o conteúdo em busca daquilo que o comando da questão solicita, o que garante eficiência e economia de tempo.

Antes de continuar, confira a questão a seguir, retirada da prova para o TRE da Bahia, elaborada pelo Cebraspe.

Perceba que, neste exemplo, não há separação formal entre texto-base e enunciado. Isso não quer dizer, entretanto, que alguma das estruturas não esteja presente.

O comando da questão inicia na marcação em vermelho, e antes disso, temos o texto-base. O enunciado solicita ao candidato que, ao analisar a descrição apresentada no texto-base, saiba classificar o direito que está indicado.

Caso o comando da questão fosse "a legislação garante a pessoas nessa situação o princípio constitucional de", não apenas as alternativas seriam diferentes, mas também o olhar demandado para análise do texto-base mudaria.

Daí surge a recomendação de lermos primeiro o enunciado da questão, depois as alternativas e por fim o texto. Uma vez que, munidos das informações solicitadas nestas estruturas mais conceituais da questão, podemos interpretar mais efetivamente o texto apresentado.